
PORTUGAL COMPETITIVO
Futuro
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
tão presente
A expressão está na ordem do dia. Mas os entendidos,
desde logo a Microsoft, trabalham a matéria há
muito tempo. Com um potencial de desenvolvimento
inimaginável, a Inteligência Artificial já faz arte, escreve
poesia, compõe música, realiza filmes… E até já interage
com os Clientes do Crédito Agrícola
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Em cinquenta anos de muita investiga-ção
e grandes investimentos, os avanços
em Inteligência Artificial (IA) só muito
recentemente se tornaram claros, con-cretos
e tangíveis para a maioria das
pessoas atentas e consumidoras de tec-nologia.
Aprofundando a sua parceria
com a Microsoft, o Crédito Agrícola
tem uma atitude muito clara perante a
IA, dando os primeiros passos, embora
bem medidos, ou seja, “com os pés bem
no chão”. As palavras são de Jorge Baião,
administrador do CA Serviços, que faz
notar o posicionamento do Grupo CA
face às novas tecnologias e, concreta-mente,
à questão da IA. “A nossa parce-ria
com a Microsoft procura apoiar-nos
na gestão eficiente da inovação, sendo
certo que o CA é um Banco, não uma
empresa de tecnologia. Resulta daí que
o investimento em inovação tem, ne-cessariamente,
os seus limites”. Concre-tizando,
o administrador sublinha que
a aplicabilidade é, neste contexto, um
argumento-chave. “Se, de acordo com a
nossa disponibilidade e rigor orçamen-tais,
houver campo para investir em
novas tecnologias que, sendo desde já
aplicáveis, aportem valor para o negó-cio
do CA, inovando na nossa relação
com o Cliente e nos ajudem a tomar
decisões de gestão, melhorando os nos-sos
níveis de rendibilidade e eficiência,
então avançamos – e é exactamente isso
que estamos a fazer com a Microsoft,
tendo por base as amplas possibilidades
que, já hoje, são trazidas pela IA”. Um
desses exemplos é a implementação de
bots aplicações de software que, através
de algoritmos, simulam respostas hu-manas,
conferindo ao Grupo CA mais
um tópico relevante na sua cultura de
inovação permanente, em linha absolu-ta
com os principais grupos financeiros
que operam no mercado português.
Para José Almeida, arquitecto da Micro-soft
para a área de serviços de consul-toria,
actualmente com competências
específicas em produtos financeiros, a
IA engloba neste domínio muita coisa.
“A Banca sempre fez segmentação de
Clientes, tem modelos de risco de cré-ditos
implementados – e tudo isso mexe
com a IA. Aquilo em que temos vindo
a trabalhar com as organizações que
operam no sistema financeiro, como
é o caso do Crédito Agrícola, consiste
em trazer estas inovações tecnológicas
e estas novas capacidades de big data e
de computação distribuída, para afinar
e optimizar aquilo que já existe dentro
das próprias organizações”. Tudo isto
acontece em colaboração com o capital
humano das empresas, num processo
em que a IA acaba por ser a inteligência
humana que, neste caso, “a Microsoft de
certa forma – e até certo ponto – conse-gue
codificar com a ajuda de determina-dos
modelos matemáticos e algoritmos,
colocando-a depois ao serviço dessas or-ganizações”,
explica José Almeida. Neste
capítulo das novas tecnologias e concre-tamente
da IA, vivemos sob o desígnio
da democratização, o primeiro vector
estratégico da Microsoft. “O segundo
é a capacitação”, assinala Manuel Dias,
director da área de pré-venda técnica da
Microsoft e um dos seus ‘embaixadores’
para a IA. “O nosso objectivo é que os
nossos Clientes possam tirar partido da
IA que já vem embebida nas aplicações
que continuamos a desenvolver. E esse é
um dos benefícios que a Microsoft traz
para o mercado: infundir IA nas apli-cações
e torná-las mais inteligentes”. E
com um custo muito pequeno para as
organizações, que até já estão a tirar
partido do Office 365 ou do Dynamics
– ou do próprio Excel, entre outros
exemplos. E recuperando a palavra, o
conceito de ‘democratização’, Manuel
Dias frisa que o propósito da Micro-